27 de janeiro de 2014

Correio da Manhã entrevista Antonio G. Iturbe a propósito de ‘A Bibliotecária de Auschwitz’




Este livro, ‘A Biliotecária de Auschwitz’, surge do seu interesse pelo Holocausto?

Antonio G. Iturbe – Não. Chego a Auschwitz pelo caminho dos livros e das bibliotecas, ao descobrir que aí existiu uma pequena bibliteca, de apenas oito livros, escondida dos guardas nazis. Como foi possível ter havido uma biblioteca num sítio onde só há morte e destruição? Sempre me interessei pela história da leitura e este parecia ser um bom ponto de partida para uma reportagem sobre a biblioteca pública mais pequena da História.

(...)

Foi doloroso escrever o romance?

O livro conta um momento terrível da História da Humanidade. E não podes transmitir emoção se não te emocionas... Como em todas as coisas, há uma parte boa e uma má. Foi doloroso, mas aprendi muito. Aprendi que não há que perder a esperança. Neste momento, em Espanha, toda a gente está deprimida e pessimista, só se fala da crise. Bom. Estas pessoas atravessaram a obscuridade mais negra de todas, sem nunca perderem a vontade de lutar. Construiram uma escola e mantiveram uma biblioteca ilegal. Mantiveram a esperança e a energia para fazer coisas. É um grande ensinamento. Se nos abandonamos ao pessimismo, paralizamos.

Que efeito espera que o livro tenha no leitor?

É difícil. Quando escrevemos, fazemo-lo para os leitores, porque nós, autores, já conhecemos a história. Se nos sentamos ao computador para construir e polir as frases, é para os outros. Por outro lado, o leitor não existe. É uma abstração. E quase sempre acabas por escrever para ti próprio. Escreves o que gostarias de ler. Mas não é uma pergunta de resposta fácil.

Este livro é também declaração de amor aos livros?

Totalmente. Mas é natural: eu adoro livros. Sou uma pessoa normal, com uma existência corriqueira, mas os livros fizeram com que a minha vida fosse especial. Ao ler, vivi grandes aventuras. Dei a volta ao Mundo, conheci histórias de amor tremendas, casos criminais incríveis. Os livros multiplicaram a minha vida por muitas. Não teria tido tempo – ou coragem – para viver todas as vidas que os livros me proporcionaram. Por isso, estou-lhes muito grato. Quando entro numa biblioteca, entro como numa Igreja – é um local de reverência para mim.



Entrevista completa: aqui



16 de janeiro de 2014

Doentes depressivos "aviam" receitas na biblioteca



No Reino Unido, a prescrição de livros em vez de fármacos para tratar a depressão está a tornar-se cada vez mais comum. Além de "low-cost", o método, já conhecido como "Biblioterapia", não acarreta efeitos secundários.

Há uma nova terapia para depressão no Reino Unido e, a melhor parte, é que além de "low-cost" não apresenta efeitos secundários. É chamada de "Biblioterapia" e faz jus ao nome: em vez de fármacos, são prescritos livros. Isso mesmo: livros. É que, de acordo com alguns especialistas, além de fomentar a empatia, a leitura pode ajudar os pacientes a superar as suas fragilidades emocionais.

in Público online

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12 de janeiro de 2014

Mário de Carvalho vence Prémio Literário Fundação Inês de Castro


Mário de Carvalho venceu o Prémio Literário Fundação Inês de Castro 2013 com o livro de contos A Liberdade de Pátio.

O prémio foi atribuído por unanimidade por um júri composto pelo catedrático José Carlos Seabra, pelo escritor Mário Cláudio, pelo poeta e ensaísta Fernando Guimarães, pelo tradutor e poeta Frederico Lourenço e pelo escritor e crítico literário Pedro Mexia.




3 de janeiro de 2014

Estudo revela como ler influencia a atividade cerebral



Estudo revela como ler influencia a atividade cerebral


Uma equipa de investigadores da Universidade de Emory, nos EUA, descobriu de que forma é que um livro e uma boa história influenciam o nosso cérebro. Segundo o estudo, os efeitos da leitura afetam a biologia do cérebro de cada um, durante vários dias, depois de ler um romance. 

Os resultados da investigação dão conta de alterações ao nível das ligações do cérebro durante os períodos de repouso que, depois de ler um romance, teimam em persistir. 

"Há histórias que moldam as nossas vidas. Nalguns casos, elas ajudam as pessoas a definir a sua identidade", afirma o neurocientista Gregory Berns, líder da investigação e diretor do Emory's Center for Neuropolicy. "Queremos saber como é que as histórias entram no nosso cérebro e que efeitos têm nele". 

A pesquisa teve por base o uso de imagens obtidas por ressonância magnética (fMRI) e começou por identificar os diferentes esquemas de atividade do cérebro durante os períodos de leitura. Mais tarde, focou-se nos efeitos neurológicos consequentes da leitura de uma narrativa, tendo como amostra de estudo 21 estudantes universitários e o livro 'Pompeia', de Robert Harris, como exemplo experimental. 

A escolha da obra teve em conta a forte linha narrativa e revirar de acontecimentos presentes naquele que é um relato real da erupção do Monte Vesúvio, em Itália. "A história acompanha um protagonista que se encontra fora da cidade de Pompeia e que, ao dar conta de várias coisas estranhas que começam a acontecer à volta do vulcão, tenta voltar para dentro da vila para salvar a mulher pela qual está apaixonado. Entretanto o vulcão entra em erupção", resume o responsável. 

Cada um dos participantes foi submetido a exames de fMRI ao cérebro, antes e depois da leitura. Os mesmos eram examinados pela manhã e incutidos de ler um excerto de várias páginas, todos os dias, à tarde. Para confirmar se tinham, efetivamente, lido a secção pretendida do livro, os participantes tinham de responder a um conjunto de perguntas sobre a mesma, antes de serem novamente examinados, já com o cérebro em período de descanso. 

Depois de lida a obra completa, os estudantes foram submetidos a ressonâncias magnéticas durante mais cinco dias, para determinar, afinal, qual o verdadeiro impacto da história ao nível do seu cérebro. Os resultados deram conta do fortalecimento da conectividade cerebral na zona do córtex temporal esquerdo, associada à recetividade e aprendizagem das línguas. 

Também no sulco central do cérebro, onde se encontra o motor sensorial primário, se verificou uma atividade cerebral mais intensa. Esta zona é responsável pela representatividade de sensações ao nível do corpo.

"Demos conta de mudanças neurológicas associadas às sensações físicas e aos sistemas de movimento, o que sugere que a leitura de um romance pode, efetivamente, transportar-nos para dentro do corpo do protagonista", refere Berns.

Saiba mais AQUI.

in sapo.pt